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Durinho analisa UFC, Gregor e luta sem tempo: “Lo não é finalizador, é matador”

Durinho passa a guarda de Kron no Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade.

Durinho passa a guarda de Kron no Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade.

Campeão mundial pela IBJJF com e sem kimono, a fera Gilbert “Durinho” Burns agora integra o plantel do UFC na divisão dos meio-médios, cujo atual campeão é o barbudo Johny Hendricks. Durinho passa, assim, a ser o 16 º faixa-preta campeão mundial de Jiu-Jitsu a assinar contrato com o Ultimate.

Antes de entrar em acordo com o UFC, o niteroiense de 27 anos lutou três fins de semana seguidos, com bons resultados. Primeiro nocauteou Paulo Rambinho no “Face to Face”, dia 2 de maio; depois, ficou em quarto no GP dos Leves da Copa Pódio, no dia 10 de maio; por fim, goleou por 11 a 0 o faixa-preta AJ Agazarm (GB) em uma superluta sem kimono em evento do ADCC, na Flórida, no último dia 17 de maio.

Com sorriso de orelha a orelha, Durinho papeou com GRACIEMAG sobre o contrato com UFC, analisou a sua categoria na organização, comentou a boa atuação nas competições de Jiu-Jitsu e destrinchou a derrota para Gregor Gracie. Por fim, analisou o futuro embate sem tempo e sem pontos contra Leandro Lo, na Copa Pódio. Confira e aprenda com ele.

GRACIEMAG: Como surgiu o convite do UFC?

GILBERT DURINHO: O UFC já me conhecia por eu ter participado da seletiva para o “TUF 2″, além de ter participado das gravações no time do Vitor Belfort. Eu era conhecido somente pelo Jiu-Jitsu, mas acho que agora fez diferença meus dois últimos nocautes, sobre o Paulo Bananada e o Paulo Teixeira, este no Face to Face. É um pouco difícil ver caras do Jiu-Jitsu nocauteando, então a última luta deve ter contado muito nessa contratação.

E você já está de olho nos possíveis adversários que pode enfrentar no UFC?

Não quero mudar muita coisa, estou trabalhando duro há algum tempo e acho que ainda estou na época de plantar para colher lá na frente. Vou me dedicar com muita disciplina e perseverança. Quero chegar até o cinturão da categoria, claro, mas é um caminho longo e árduo. E ninguém me disse que iria ser fácil… Algumas metas foram conquistadas: fui campeão mundial da IBJJF com e sem kimono, estou lutando MMA e entrei no UFC. Não tem mistério, quero ser campeão de MMA. E vou colocar todas as minhas forças nisso. Já olhei para todos os atletas do UFC e a pergunta que me faço é: por que não posso ser o campeão? Por que não posso ser aquele cara com o cinturão? Também sou de carne e osso como eles. Eu não vou parar até chegar a esse objetivo.

Antes de assinar o contato com o Ultimate, você lutou Jiu-Jitsu dois fins de semanas seguidos, o GP dos Leves da Copa Pódio e superluta no ADCC na Flórida. Foi proveitoso?

Estava com saudade das competições de Jiu-Jitsu. Acabou que fechei com o Face to Face, a Copa Pódio e a superluta do ADCC porque eu tinha um intervalo grande entre a luta de MMA e a Copa Pódio. Mas eis que o Face to Face alterou a data justo para uma semana antes da Copa Pódio, e a coisa ficou embolada. Eu fiz questão de cumprir minha palavra com a Pódio e os demais eventos, então resolvi aceitar essa maratona de competições e graças a Deus tive bons resultados: um nocaute e mais cinco vitórias no Jiu-Jitsu (duas por finalizações). Não foi 100% excelente, sempre vou para ganhar, mas também sei das minhas limitações. Não tive tanto tempo para treinar forte de kimono, não na intensidade que uma competição de Jiu-Jitsu exige. Faltou um pouco de ritmo.

No GP dos Leves da Pódio, você só parou na semifinal, e foi muito bem na fase de grupos. Como você analisa a semifinal com o Gregor Gracie?

O Gregor foi bem inteligente e conseguiu uma queda no início. Depois raspei mas cometi alguns erros. Após a raspagem eu deixei o Gregor ficar de pé novamente e acabei levando uma queda bem no fim. Trocamos muito em pé e acabei sentindo um pouco a pegada, mas foi uma luta muito boa. Não gosto de perder, mas o que me alivia um pouco é que muitos gostaram da luta. Então não fico tão bravo [risos].

Mas sua parte em pé está muito boa, como pudemos ver diante do AJ, na superluta sem kimono no ADCC…

Treino muito wrestling, muito mesmo. Isso fez toda a diferença no combate contra o AJ Agazarm. Sempre fui fã do Ronaldo Jacaré, e por isso treinava muito a parte de em pé, essa transição com o judô. Depois que vim para o MMA, meu foco passou a ser um atleta ainda mais completo, quero afiar minha trocação, manter o Jiu-Jitsu agressivo, mas ser também um excelente wrestler. Sei que no MMA só posso aplicar meu Jiu-Jitsu depois que eu derrubar, então afio minha parte de quedas. Talvez por isso consegui anular o jogo do AJ.

Em setembro, você faz uma luta casada com Leandro Lo sem limite de tempo, na Copa Pódio. O que pretende aprontar?

Quero me preparar bem para esta luta, acho que vai ser um combate bem movimentado. Lo já disse que encontra um pouco de dificuldades no meu jogo, mas luta é luta. Eu estudo muito Jiu-Jitsu, não somente o jogo do Lo, e sim, de todos os caras novos. E o Leandro é o cara do momento. É um rival mas também um dos atletas que mais gosto de ver lutar. Vejo o estilo dele como matador, pois faz 20 a 0 numa luta, mas não é um finalizador. Para este combate, quero imprimir meu jogo e ir para pegar, e só parar quando pegar. Quero dar muita blitz, e usar minha explosão e velocidade, para dar o bote na hora certa.

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