O menino sonhador chegou lá. Cria de Teresópolis, no Rio de Janeiro, Ronaldo Junior nunca teve medo de lutar longe de casa. Batalhador, o atleta de 22 de anos conquistou todos os principais títulos nas faixas-coloridas (roxa e marrom), desde Pan, Brasileiro e até Mundial, todos com selo da IBJJF.
Em 2019, no seu melhor momento como atleta competidor, Ronaldo conquistou o Mundial como faixa-marrom de forma convicta, ao superar sete adversários na divisão de peso meio-pesado. Foi o terceiro ouro seguido do lutador, que vinha de vitória no Pan e Brasileiro, meses antes do maior campeonato do calendário do Jiu-Jitsu.
Depois do maior teste antes de virar um atleta de elite, Ronaldo foi condecorado faixa-preta de Jiu-Jitsu pelas mãos de André Galvão, seu professor na Atos, em San Diego.
Nesta entrevista, Ronaldo conta como iniciou no Jiu-Jitsu há 11 anos, fala das dificuldades que teve driblar na América e das sua primeira lutas na faixa-preta, no Fight to Win, Subversiv 2 e Fresno Open da IBJJF.
GRACIEMAG: Qual foi a maior lição de Jiu Jitsu que você aprendeu e que fez de você um atleta melhor?
Ronaldo Junior: Não duvidar do meu potencial. Eu comecei no Jiu-Jitsu em uma equipe pequena no Brasil. Com as minhas dificuldades financeiras e falta de informações era quase impossível chegar até a Califórniana e ser campeão mundial igual eu fiz. Tive que acreditar no meu potencial e trabalhar muito para chegar onde estou hoje. Sou grato e realizado.
Qual título mais te marcou durante sua jornada como faixa colorida?
O Mundial na faixa-roxa em 2018 foi o meu primeiro Mundial naquele ano. Eu tive muitos altos e baixos como, por exemplo, problemas de saúde que me fizeram ficar internado no hospital e problemas financeiros. Eu não tinha uma casa para morar. Eu tinha um visto de estudante que me obrigava a ir para escola quatro vezes na semana em um horário muito complicado, que me impedia de participar do treino de competição na Atos.
Mesmo sem treinar apropriadamente, eu nunca desisti de mim. Com inspiração dos meus professores e suporte, ganhei o Mundial e também a equipe Atos ganhou o primeiro lugar com equipe. Como eu não tinha carro, eu usava uma bicicleta que a professora Angélica Galvão me deu para ir à escola, onde era 1h50m pedalando ida e volta. Tudo isso foi para sustentar o meu sonho que foi realizado no Mundial 2018. Foi uma das maiores superações que eu já tive na minha carreira. Deus honrou todo meu trabalho nesse título.
De faixa-preta, você já lutou duas vezes. Como você se vê lutando contra os maiores nome do peso médio?
Me sinto preparado para qualquer desafio na faixa-preta. Estou treinando muito para conseguir o meu espaço no nível mais alto do esporte, com trabalho duro e atitude certa. Na direção correta eu chegarei, onde quero chegar igual eu sempre fiz durante esses 11 anos de Jiu-Jitsu. É só uma questão de tempo. Se o meu professor me deu a faixa preta é porque ele acredita no meu potencial e eu confio no trabalho dele.
Veja Ronaldo Junior em ação no Jiu-Jitsu. No último fim de semana, o novo craque venceu peso e absoluto no Fresno Open, ao vencer cinco lutas e finalizar quatro delas.
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