Conferimos de perto no CT dos irmãos Nogueira o trabalho de Anderson Silva para enfrentar o japonês Yushin Okami, luta que acontece no dia 27 de agosto, no UFC Rio.
Ao lado de feras como Erick Silva – que também vai estar em ação no Rio -, Rafael Feijão e Paulo Bananada, o Aranha fez sparring sob as instruções de Josuel Distak e Ramon Lemos.
Ao final, nem secou o suor para falar com a equipe do GRACIEMAG.com, conversa que seguiu numa simpática carona rumo à Barra da Tijuca. Confira nosso bate-papo com a fera, em que comenta as novidades e responde às declarações polêmicas do último adversário que derrotou, Chael Sonnen. Também não perca a galeria de fotos exclusiva!
Qual a importância de o UFC voltar ao Brasil depois de dez anos?
O MMA está crescendo muito e ganhando o seu espaço. Temos que trabalhar cada vez mais sério para que o esporte continue assim. A vinda do UFC para cá é muito importante para as grandes empresas e patrocinadores observarem e acreditarem nesse esporte.
Você é agenciado pelo ex-jogador Ronaldo e representa o Corinthians dentro do octagon. Acredita que o MMA pode ter no Brasil tantos fãs quanto o futebol?
A aproximação com o futebol… No futebol são outros parâmetros e números. Tenho amigos dentro do futebol e com a convivência com eles percebo que é algo totalmente diferente em vários aspectos, mas espero que chegue perto. Nos Estados Unidos, o UFC consegue bater o futebol americano, que é o maior evento esportivo lá. Temos que tentar fazer próximo disso aqui. Bater o futebol é impossível, mas se chegarmos perto e termos o reconhecimento parecido já é ótimo.
Você sempre admitiu torcer para o Corinthians, tentou até ser jogador. Como se sente sendo um representante do Timão nas lutas?
Nasci em São Paulo, fui para Curitiba com 4 anos, mas sou corintiano desde criança. A vida é engraçada. Morei um ano em São Paulo com meu pai e fui ao Corinthians fazer um teste para ser jogador. Acabou que deu tudo errado, não passei no teste, mas fiquei treinando boxe com o professor Vitor Ribeiro no próprio Corinthians. Sou abençoado, pois agora houve essa aproximação, conheci o Ronaldo e tenho essa relação com o clube juntamente com a 9ine. Graças a Deus está dando certo e estamos colhendo grandes frutos. A minha grande frustração sempre foi não ter sido jogador de futebol e agora consigo representar o Corinthians de uma outra maneira. Isso é muito gratificante.
Você rompeu barreiras, está em evidência nos meios de comunicação de massa e cumpre uma agenda lotada de compromissos. Isso pode atrapalhar nos treinamentos?
Tentamos fazer um balanceamento dos compromissos com o trabalho profissional dentro da luta e está dando certo. Trabalho com pessoas super profissionais e conseguimos botar tudo em ordem, sempre em conjunto. Está sendo legal, cara. Acho que esse negócio de quebrar barreiras em relação às lutas em outros seguimentos já vem sendo feito há bastante tempo. Temos o exemplo do mestre Rickson (Gracie) e de outros lutadores. Apenas tento manter isso, continuar o trabalho de levar nosso esporte aonde ele deveria estar.
Sente mais responsabilidade por lutar no Brasil no próximo compromisso?
Estou bem tranquilo, relaxado. Sigo treinando e focado. Não me sinto pressionado, até porque sempre cresci nesse tipo de situação e fui treinado para isso: suportar qualquer tipo de pressão em qualquer situação. Claro, às vezes é um pouco difícil, mas consigo me focar e trabalhar em cima dos meus objetivos e metas. O mestre Pedro Rizzo acabou de chegar da Holanda, então é uma energia a mais. Está tudo ótimo.
Seu último adversário, Chael Sonnen, deu recentemente declarações que ridicularizavam você, os lutadores brasileiros e o povo brasileiro. Tem algo a dizer sobre isso?
Cara, o que posso falar dele? Nós todos, como brasileiros, ficamos chateados com as atitudes dele. Respeitamos os americanos, japoneses, respeitamos todo mundo. Temos uma tradição dentro desse esporte, de muitos anos, e é triste ver pessoas que não respeitam isso. Mas se não respeitam de um jeito, o farão de outro. Mostramos a nossa hegemonia, a nossa força e a nossa garra de outra forma. Infelizmente, há pessoas que vivem em países de primeiro mundo mas não são tão evoluídas assim. Temos que mostrar a nossa inteligência, absorver as coisas boas e filtrar as ruins.
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