O peso pesado Dimitrius Souza é nascido e criado na Cohab, em São Paulo, terra que já revelou o casca grossa Serginho Moraes para o mundo das lutas. O jovem Dimitri, hoje faixa-preta da Alliance, segue os passos do velho amigo e quer ser mais um grande campeão do nosso Jiu-Jitsu. Ele começou bem, como a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu, em abril, demonstra.
Nesta entrevista a GRACIEMAG, Dimitrius fala da Copa Pódio, que disputa hoje, dia 5 de maio, relembra como foi vencer Rafael Lovato no Brasileirão em Barueri e ensina como o Jiu-Jitsu pode ser fundamental na formação da criançada.
GRACIEMAG: Primeiro, vamos às lições aprendidas no Brasileiro, em Barueri, São Paulo. Como foram as vitórias sobre o Lovato, o campeão absoluto do evento, e sobre o Leonardo Maciel (GFTeam) na final?
DIMITRIUS SOUZA: Acredito que me saí muito bem, mesmo com uma chave muito difícil. A receita foi manter a calma em todas as lutas. Acreditei em todas as posições e briguei até o fim. A luta com o Lovato foi meu pior momento no campeonato, ele queria arrancar minha cabeça (risos). Essa foi nossa segunda luta. Na primeira, no Mundial, empatamos em 2 a 2, e ele venceu na decisão. E agora foi uma das lutas mais duras que já fiz na vida, comecei raspando e pouco depois ele tentou raspar e acabou nas minhas costas de pé. Fiquei uns cinco minutos me defendendo. Consegui sair do sufoco sem tomar os pontos, repus a guarda e a luta terminou assim, 2 a 0 para mim. É o lance de ter calma, senão você não consegue defender os pontos nem a finalização nessas horas. Quando o juiz levantou meu braço senti aquele alívio, aquela alegria imensa.
E a final? Você e o Maciel já haviam se enfrentado antes, certo?
Foi a terceira vez que nós lutamos, e a quarta já está por vir, na Copa Pódio (risos). Foi muito legal, ele tem uma base muito boa e é forte. Chamei para a guarda e fiquei tentando fazer minhas posições até o fim. Acabou empatado, e na decisão consegui sair com a vitória. Como conhecemos bem o jogo do outro, fizemos posições para não errar. Além dele ser mais experiente na faixa-preta ele é duro demais, é complicado executar qualquer posição nele.
E agora, vocês se encaram de novo na Copa Pódio, no Desafio de Equipes. Como será esta luta com ele? É fácil representar a equipe toda?
Cara, é difícil tirar esse peso. Mas estou fazendo tudo direitinho com a ajuda de todos da equipe, estou treinando bem. Não tem mistério, é treinar e treinar. É o que gostamos de fazer, conferir. E esse formato de três contra três será muito interessante. A estratégia vai depender de como serão os resultados das duas lutas anteriores. Se o Tererê e Léo Leite ganharem bem suas lutas será perfeito. Se possível que finalizem, para não deixarem essa “responsa” para mim.
Qual foi o momento mais divertido do Brasileiro para você?
Sempre me amarro ao ver meus amigos conquistando seus objetivos nas competições. Um deles foi o Luciano “Casquinha”, que foi campeão peso e absoluto entre os sêniores, e o Juan Kamezawa que fechou o leve com o Langhi. Outra hora marcante foi um golpe que consegui encaixar – uma chave de braço saindo do omoplata, achei muito maneira. Sempre tento na academia. Depois de encaixar a omoplata, virei o tronco para o lado de fora e fiz uma pegada na barra da calça, fui soltando o peso para cima do adversário até trocar e rodar pro braço!
Você deve ter visto muitos companheiros na comunidade em São Paulo que não seguiram o caminho do esporte. Qual o papel do Jiu-Jitsu nesse resgate social? Por que os pais deveriam levar seus filhos para o Jiu-Jitsu, na sua opinião?
Uma das coisas mais complicadas para os pais é controlar a amizade dos filhos, sejam da classe social que for. No Jiu-Jitsu dei esta sorte de fazer grandes amigos, muita gente realmente do bem e que segue um caminho saudável. Nem todos os meus amigos tiveram esta sorte, infelizmente.
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