Aos 21 anos, Erberth Santos alcançou um patamar importante no cenário do Jiu-Jitsu. O faixa-preta da Guigo agora faz parte do seleto grupo de campeões brasileiros absolutos da CBJJ – um panteão que abriga nomes como Pé de Pano, Marcelinho Garcia, Tererê, Fabio Gurgel e tantos ídolos.
Nesse fim de semana, em São Paulo, o jovem Erberth brilhou no Brasileiro 2015, ao abocanhar o ouro no superpesado e no absoluto.
Para ficar com a vitória na categoria, ele finalizou o campeão mundial Rodrigo Cavaca (Zenith) com um estrangulamento de lapela pelas costas. O campeão comemorou bastante, mas logo minimizou a euforia, pois ainda faria a final do aberto.
A última luta da faixa-preta adulto pôs Erberth e Renato Cardoso (Alliance) em rota de colisão. Renato começou puxando e tentou atacar o pé de Erberth, que defendeu bem. Por cima, o aluno de Guigo tentou passar, mas não conseguiu. No fim, Erberth venceu Renato por duas punições.
Depois de vencer oito lutas entre o peso e o absoluto, Erberth Santos conversou com GRACIEMAG sobre as lições e os momentos mais difíceis até a glória no Brasileiro.
GRACIEMAG: O que você aprendeu com os dois ouros no Brasileiro, Erberth?
ERBERTH SANTOS: Na minha visão, as derrotas recentes que tive me ajudaram a crescer, como atleta e como pessoa. Elas me estimularam a treinar mais e querer aprender algo novo a cada dia. Estamos falando de um Brasileiro com um número recorde de inscritos, muitos atletas duríssimos. Cada luta era uma final. Erros eram inadmissíveis, pois seria complicado recuperar depois, durante a luta. O momento mais difícil na competição foi quando lutei as quartas do absoluto, no sábado. Acabei fazendo a guarda 50/50 com um atleta muito duro e acabei estalando o joelho. Eu tinha de lutar a semifinal, e se tudo desse certo tinha a final. Esse foi o momento mais difícil, me superar e não me abater diante dessa situação. Encontrei muitos atletas duros, o absoluto teve 54 atletas, quatro páginas de chaves e todos em busca do mesmo objetivo.
Como você fez para não perder as posições contra o Rodrigo Cavaca na final do peso?
O Cavava é um supercampeão, tenho muito respeito e admiração por ele. Ter a oportunidade de lutar com um cara como ele é surreal. Tenho 21 anos, cheguei agora na faixa preta, tenho apenas cinco meses com a faixa nova. Eu tinha a consciência de que precisava me superar. No início da luta, procurei não deixá-lo confortável usando meu jogo de explosão e pressão, e acabou dando tudo certo. Fiquei feliz pelo resultado e me sinto honrado de ter lutado com ele. Minha luta contra o Cavaca foi bem dinâmica, tinha riscos para os dois lados. Não fizemos uma luta travada, ambos estavam em busca do mesmo objetivo, a finalização.
Erberth, como você fez para anular as chaves de pé do Renato Cardoso?
Minha luta contra o Renato foi bem diferente da luta contra o Cavaca. A luta foi mais travada. Eu sabia que a chave de pé dele era muito forte, logo no início ele atacou meu joelho que eu havia machucado no sábado, mas consegui sair. Foi uma luta em que ambos estavam pesando os prós e contras de cada movimento. Mas deu certo no fim.
A cobertura do Brasileiro de Jiu-Jitsu 2015 foi um oferecimento de Storm Strong.
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