Tetracampeão mundial na faixa-preta, Bráulio Estima (Gracie Barra) conquistou o meio-pesado ao fechar com o amigo Romulo Barral no Mundial de Jiu-Jitsu 2014, no início de junho, em Long Beach, na Califórnia. Para tal, Estima passou pelo competente Murilo Santana (Barbosa) por 8 a 2, na semifinal.
Em papo com GRACIEMAG, Bráulio explica como estavam seu corpo e mente antes do tetra no Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: Como estava a confiança para chegar na final? Já pensava em fechar o peso com seu companheiro de equipe Rominho Barral?
BRAULIO ESTIMA: Estava bem treinado, porém com a cabeça não muito boa. Numa fase meio de turbulência que estou passando. O Rominho estava mais confiante que eu. Acho que lutei bem a categoria: finalizei três das quatro lutas que fiz. Ganhei a semifinal dominando bem a luta contra o duríssimo Murilo Santana, da Barbosa. A maior lição que tive foi que não estou tão velho para lutar quanto eu pensava [risos]. Embora, suspeito que sou o campeão adulto mais velho da história, por isso acho que tem mais lenha para queimar. Vou rumo ao penta mundial de Jiu-Jitsu.
O que você fez para vencer o Murilo Santana na semifinal do meio-pesado, Bráulio?
Foi uma luta interessante, com pressão do início até o fim. O Murilo é um lutador bem difícil de encarar, é muito forte e com pressão constante. Não pode deixá-lo chegar em posição boa nenhuma que ele capitaliza e complica tudo. Eu o puxei para a guarda e me ajeitei antes dele, então apliquei a raspagem. Fiz algumas tentativas de passagem, mas ele me raspou. Só que eu fiz uma pegada boa no processo e fui feliz de raspar de volta, onde dei um passo bom e continuei atacando. Dalí mantive a pressão e quase passei a guarda. Murilo teve que virar de quatro apoios, aí eu peguei as costas. Ele é muito forte e se defende bem. Não consegui pegar nos dez minutos. No finalzinho, fui pro tudo ou nada, mas não finalizei. Foi um lutaço.
Com o quarto título, você entrou no Hall da Fama do Jiu-Jitsu. Ainda falta alguma coisa na carreira do competidor Bráulio?
Escrever meu nome no Hall da Fama me deixou bem orgulhoso. Meus filhos e netos um dia vão ver meu nome ali, está marcado. Sempre que lutei, desde o primeiro campeonato na faixa-preta, sempre cheguei a todas as finais do Mundial da IBJJF. Acho que fiz um trabalho legal na minha carreira, não almejo um objetivo específico não. Se eu estiver me sentindo bem vou lutando e tentando ganhar o que tiver pela frente. Quero lutar mais os Opens da IBJJF ao redor do mundo. É bem legal a atmosfera. Esse ano ganhei dois importantes títulos no Jiu-Jitsu, o WPJJC em Abu Dhabi e o Mundial da IBJJF. Estou amarradão. Agora pretendo botar um peso na carcaça pra incomodar mais nos absolutos.
Na sua visão, o que deu errado na luta contra o Bernardo Faria no absoluto do Mundial?
Quando você luta num absoluto contra um oponente do calibre do Bernardo, você não pode relaxar ou parar para pensar um segundo. Tem que fazer o jogo certo e pensado antes. O Bernardo levou o jogo para onde ele é melhor, fiquei um pouco frustrado. No meio da luta quando ela estava bem parelha, tentei fazer algo para mudar a direção do jogo e ele capitalizou no momento certo. Dali pra frente foi só “Deus nos acuda”. Ele é muito forte, pesado e justo, além de ser técnico. Aí fica difícil de recuperar [Risos].
Qual momento te chamou mais atenção no torneio?
Com certeza foi a vitória do meu irmão Victor sobre o Claudio Calasans, foi muito emocionante. Chorei demais [risos]. Logo após essa luta era minha vez de entrar no tatame, tive que me recompor ali. Sou muito fã do meu irmão. O título dele vai chegar em breve, já era para ter chegado.
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