No último domingo, o bicampeão mundial Bernardo Faria confirmou seu favoritismo na divisão pesadíssimo da Pro League 2014, a liga profissional organizada pela IBJJF, e ficou com o prêmio de 5 mil dólares em Long Beach, na Califórnia.
Na final, contra o sempre perigoso Luiz Panza (Checkmat), o faixa-preta da Alliance venceu com um estrangulamento pelas costas. Antes da final, Bê Faria havia finalizado Gustavo Pires (GB) num triângulo justíssimo.
Em entrevista ao GRACIEMAG, Bernardo listou o que aprendeu na Pirâmide de Long Beach e comentou o ritmo frenético de finalizações no BJJ Pro League de Jiu-Jitsu.
GRACIEMAG: Você parecia mais agressivo, talvez mais confiante em Long Beach. Foi um novo Bernardo?
BERNARDO FARIA: Fiquei muito satisfeito com minha atuação e graças a Deus consegui vencer. Mas não acho que foi um novo Bernardo, não. Venho conseguindo vencer minhas lutas por finalização, lembro-me que no último Mundial eu fiz oito lutas e finalizei quatro. No Mundial do ano passado, se não me engano, finalizei cinco. Um deles, inclusive, o próprio Panza. Nesse nível muitas vezes não é fácil finalizar, mas estou sempre tentando. Acredito que minha atuação na Pro League passou essa impressão pois foram apenas duas lutas, aí fica essa imagem de 100% de finalizações, mas foram só duas [risos]. Acho que fiz o jogo que sempre costumo fazer, puxei para a meia-guarda e comecei a luta dali. Contra o Panza, ele puxou junto e resolvi subir, porque não gosto de perder muito tempo disputando quem vai ficar por baixo. Então subi logo.
Ele no Pan 2014 tinha conseguido pegar seu braço. Como estava sua cabeça para a luta?
Entrei mais focado ainda pelo fato de ele já haver me vencido. Mas na verdade isso não muda muito, porque sei que cada dia é um dia, cada luta é uma luta, e mesmo que você já tenha vencido alguém dez vezes, não significa que você vai vencer 11. Então temos de respeitar muito o nosso adversário, independentemente de como foi o passado. Todo mundo quando entra para lutar está sujeito a perder ou vencer, não importa quem é o adversário.
Qual foi o detalhe daquele estrangulamento no Panza?
Ele é um atleta muito perigoso, e venho acompanhando as lutas dele desde o ano passado. Entrei bastante preparado para o que ele podia fazer e graças a Deus deu certo. Tentei colocar o meu jogo e fazer minhas posições, mas ainda assim o Panza ainda conseguiu colocar algumas posições dele. Fiquei calmo, mantive o ritmo e esperei a hora certa de chegar. Assim que cheguei ao cem-quilos, não perdi mais. Fui progredindo até as costas e consegui o estrangulamento. Nas costas, procurei ficar calmo, justo e esperar a hora certa para ele abrir o pescoço e eu encaixar o estrangulamento. Foi difícil mas deu certo.
O circuito do Jiu-Jitsu estava perdendo muito lutador para o MMA. A proposta da IBJJF com a Pro League valoriza mais vocês?
Acredito que sim. Finalmente eles implementaram essa ideia e espero que sigam evoluindo com a proposta de premiar os atletas financeiramente. Torço para que no ano que vem, por exemplo, em vez de quatro campeonatos neste modelo, eles façam um por mês. E que aumentem os valores cada vez mais, porque nós atletas merecemos isso. E quem sabe não começam a premiar no Mundial? É difícil vermos atletas de outros esportes se dedicarem o tanto que nós do Jiu-Jitsu nos dedicamos, então sinto que merecemos ser premiados mais que ninguém.
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