“O sucesso de Carlinhos vem da arte de não criar grandes expectativas e, por consequência, não se abater por grandes frustrações. Uma técnica serena de não se deixar seduzir por deslumbre ou euforia. Viver para o que se ama, sempre com o máximo de dedicação possível”, analisou nosso editor-chefe Raphael Nogueira ao entrevistar Carlos Gracie Jr, mestre de Jiu-Jitsu que completou 65 anos no último domingo, dia 17 de janeiro.
As lições do fundador da Gracie Barra e IBJJF seguem inspirando nossa equipe e milhares de praticantes do Jiu-Jitsu pelo mundo, e hoje relembramos algumas destas para você começar a semana com força total. Confira nas linhas abaixo e siga os melhores exemplos ao seu redor sempre. Oss!
“O avanço da idade é inevitável, mas isso jamais pode se transformar numa barreira. Não adianta brigar contra a passagem do tempo, prefiro investir numa contínua adaptação aos diferentes momentos da vida. O corpo percebe as limitações da idade e avisa o que está apto ou não a fazer. Cabe ao indivíduo ter sensibilidade e intuição para assimilar essas mensagens.”
“Meu pai, Carlos Gracie, foi um exemplo disso, teve lucidez e saúde até o seu último dia, viveu mais de 90 anos. Cuidar da saúde do corpo – o que inclui a nossa mente e o nosso espírito – é o segredo para uma vida como a dele.”
“Jiu-Jitsu é para a vida toda, e por essa linha de pensamento vocês podem ter certeza de que técnicas básicas, como é o caso da guarda fechada ou dessa guarda aberta que gosto de fazer, jamais vão nos abandonar. Aos 70 anos ainda seremos capazes de executá-las com bastante mobilidade. O mesmo não se pode falar da guarda-tornado ou do berimbolo.”
“No ciclo de vezes em que o adversário tenta passar a minha guarda, ele vai se desgastar muito mais do que eu. Vai sucumbir no final. É que nem amansar um cavalo xucro. A gente impõe controle aos poucos, progredindo gradativamente, tirando o ímpeto do bicho até ele se exaurir. E é aí que eu puxo o chicote e começo a atacar o oponente.”
“Começo a cuidar da minha saúde a partir da alimentação. Não me limito a simplesmente comer, gosto de escolher e preparar tudo aquilo que vou ingerir. Isso se deve ao autoconhecimento que desenvolvi ao longo da vida em relação à minha digestão. Optei por dedicar cerca de 70% da minha alimentação às frutas. Não como carne vermelha e já faz um tempo que reduzi bastante a quantidade de carnes brancas. Fritura jamais!”
“Tem pessoas que tem muito conhecimento de Jiu-Jitsu e às vezes tem pouco instinto de luta. Nesses casos o conhecimento sobrepuja o instinto. E tem o outro lado, o camarada que tem pouco conhecimento e tem muito instinto. Apenas o instinto já o salva, pois permite que ele se safe das situações de risco, não seja finalizado à toa e lute bem.”
“Disciplina e consistência. Devo a esses dois fatores tudo que consegui na minha vida. As coisas nunca aconteceram do dia para a noite, os resultados vieram como consequência de um trabalho de décadas. É preciso persistir, e isso é uma coisa difícil de ser ensinada nos dias de hoje, uma época em que a sociedade revela tanta fome de conquistas imediatas.”
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